14 de mai. de 2013

A TV é a mitade da condena


"A TV é a mitade da condena, fai-te com umha"

Fôrom as últimas palavras do Chefe de Serviço da prisom de Soto del Real depois de deixar-me na cela de ilosamento.
Afortunadamente levava comigo umha rádio de man quando, caminhando polo monte, se me botárom enriba mais de dez
encarapuzados que durante mais de 2 horas se adicárom a denigrar-me, golpear-me e torturar-me psicologicamente.

Umha folha en branco e calor humano dos outros presos é o que che fai seguir adiante quando chegas aqui, depois
duns dias nas mans da polícia, incomunicado, onde nom tes absolutamente nada, e como muito podes escrever algo se
as paredes som amarelas com o arámio da "chupa". As primeiras saídas ao pátio, caminhar dum lado a outro conversando
com outra pessoa com a sua história própia. Histórias e palavras que som umha boa droga para a supervivência.

Entom das-te conta do contraste: aqui o tempo é infinito, quase um inimigo, nom há presa porque tampouco che deixam
ir a nengures, claro (21 horas na cela e enfrente um muro). Na rúa é ao contrário: o tempo é ouro, sempre há que
mover-se, ir a algures, mas muitas vezes com presa, sem sentido. O trabalho, o tráfego, a discoteca, o facebook,
as obrigas, "ser alguém!, o INEM, os "trapis", os videojogos, o espectáculo, mudanças, o google no que todo aparece...

Aqui nom temos nada, aparte do sustento mais básico (como os porcos no cortelho) mas temos ainda a nossa mente. Por
isso nos ofrecen pastilhas ou nos recomendan mercar unha televisom.
                          " A melhor arma do opressor é a mente do oprimido"