22 de fev. de 2013

Cousas de prisom


El é galego, o primeiro galego que conheço em prisom. É baixo e está "cascao"

-Neno, venho de Puerto de Santa María, “menudo tute” metido na jaula essa.

Entrou no cárcere por roubo, com 19 anos. Umha condenaçom pequena. Agora tem 29 e faltam-lhe uns meses para sair. Pelejas e problemas por droga e dinheiro sumarom anos de condenamento, anos em primeiro grado, fechado numha cela e saindo tres ou quatro horas a um pátio minúsculo mais algumha que outra actividade.

Disse-me que é da Corunha.

Eu dissem-lhe: “- de Montealto, nom?”

-Sim, como o sabes?

Nom lho digo, mas sei-no. Porque Montealto é um bairro empobrecido, um bairro popular, de operários, de parados e precarizados, de economia submergida, de gente que se busca a vida para tirar para adiante.

Hoje, a mim trouxeram-me umha TV e a el umhas pílulas para durmir. A TV custa 183€ e vem de "El Corte Inglés" e quando saia de aqui ficará para a instituiçom. As pílulas, suponho-me que serám proporcionadas à instituiçom mediante algum trato económico com a farmaceútica.

Peta-me na parede e di-me pola janela:

-Paisano, deixa-me berrar-che umha cousa antes de deitar-me. Viva Galiza Ceive “mecagoendios”!.