Treme-lhe umha
mao porque lhe estám a pinchar medicaçom mui dura. Di que escoita vozes e vê
cousas raras. Por momentos dá- lhe por cantar a única cançom que sabe,
aprendida nestes lares: “Yo soy un yonqui no tengo remedio, me gustan las
papelas y esse polvo blanco”, dá palmas e bota a rir.
Leva 5 anos em
isolamento, saindo a um pátio minúsculo 3 horas ao día com outro preso. O resto
do tempo, metido numha cela sem TV, sem radio, nada mais que as oraçoms em
direcçom a onde sae o sol.
Entrou em prisom
por tentar roubar várias tendas de móbiles, rompendo os escaparates cumha
pedra. Tentou fugar-se até tres vezes, escalando os muros da prisom. “busco a
minha liberdade”- diz. Nas mãos tem queimaduras feitas cumha moeda de 5
céntimos. Um chandal roto e um jersey velho som todas as suas pertenças.
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“Buah, quando
saiamos de aqui e poidamos ir a um centro comercial. Nom botas de menos comer
umha boa hamburguesa num Mc Donald´s?”
Como se dum rito
se tratasse, os usuários da comida rápida acodem a esta instituçom yanki
seguindo umhas pautas concretas de comportamento e recevendo umhas ordes
litúrgicas- a petiçom do menú, os códigos de vestimenta e linguagem das
empregadas... E é que as tradiçons de Mc Donald´s ensinam-se incluso num
“seminário” denominado Hambúrguer University em Illinois. Alí acodem os
directivos destes restaurantes, establecidos por todo o mundo como umha grande
tea de aranha.
O aspecto ritual
desta empresa funda-se no poder da tecnologia, a cultura do automóvel, a
televisom e a vida rápida. A sua participaçom nele require a subordinaçom
temporal a um imperialismo económico e cultural. Tanto é assi, que entre muitos
reclusos da prisoms espanholas é umha costume da que se tem “morrinha”. Um
contraste de culturas: outros botamos de menos a nossa horta, os passeios polo
monte ou os chapuçons no río da nossa aldeia.