25 de fev. de 2013

Café-bar L'Incontro


Café-bar L'Incontro. Um decorado "glamouroso". Gelados, cócteis...Duas televisoms de plasma, videoclips de moda, Melendi a todo volume.
Estudantes subvencionados polos pais sentam a tomar um chocolate, um professor mileurista toma o café mentres lê "El Correo Gallego", um trabalhador "autónomo" aproveita para tomar umha coca-cola e um pintxo mentres atende o seu computador portátil no terraço.
Vestidos com camisa branca e pantalom preto, os camareiros.
Um deles leva na empresa dous anos com contratos parciais, o segundo nom tem contrato nem horário, acode quando é chamado polo patrom, o terceiro, mais novo, chamou a um anúncio do jornal: "Ajudante de camareiro menor de 25 anos". Nom sabe se o vam contratar ou nom, precisa de dinheiro urgentemente para pagar o aluguer da casa e trabalha com todas as suas forças, sem perguntar.

Cada dia, os tres atendem o bar, limpam e obedecem o "encarregado". Este era camareiro há anos, agora responde ele ante o patrom, é quem vigia e controla. Senta ao fundo da barra, por fora, e nom quita olho. Quando o considera preciso pom-se a atender o bar, para dar "exemplo":
-"A esa pareja de gitanos no le pongáis tapas, no interesan de clientes. Venga, estamos dormidos o que?!".
Nengum minuto mal-gastado, nengum camareiro pode estar parado em nengum momento. Obrigatório ter boa cara, afeitado e pelo curto, bons sapatos. 12 horas diárias, umha hora para ir jantar, 3€ a hora.
Tras da barra, na cozinha, o rapaz mais novo fai as tapas coas mans, limpa-se a um trapo usado de vários dias, e corta o pam cumha máquina de cortar "fiambre". Os camareiros dim que o único trabalhador que nunca se cortou com essa máquina é quem agora é o encarregado.
Umha tarde, o rapaz corta-se num dedo e chorrea sangue. O encarregado entra na cozinha, dá-lhe um anaco de cinta adhesiva de colar cartazes e di-lhe:
-Continua.- O bar está cheo de gente, a falar animadamente.
Passam duas semanas, deixa-se ver o patrom. Aparca o seu carro Mercedes num garage privado, frente o bar.
Viste roupa "Lacoste" e leva nas maos umha revista de golfe. Chama polo camareiro jovem ao quarto de limpeça. Saca uns míseros bilhetes dos petos e di-lhe:
-No hace falta que vuelvas más. No te necesitamos.
O anúncio continua no jornal durante meses. Cada semana um novo rapaz entra a trabalhar com a ilusom de conseguir um emprego estâvel.

POST-DATA

Greve geral. Um piquete informativo da CIG passa por diante do establecemento. O patrom fai guárdia diante deste, com as reixas baixadas e o bar a pleno funcionamento. Ninguém diz nada.
Á tarde, um piquete improvisado de jovems enojados passa por diante.
O establecemento funciona com normalidade.
Um jovem tenta entra dentro, o patrom dá-lhe um "sopapo" e impide-o.
Nesse momento intervem a policía, e ameaça o grupo de jovens com carregar.
No establecemento soam cançoms que falam sobre a liberdade e o amor, mentres as porras movem-se ao ritmo dos 40 principais.